Eu disse que para além da entrevista da Fibromialgia, que podem ver aqui, tinha mais duas entrevistas maravilhosas e hoje trago-vos a entrevista de uma grande amiga minha e colega de curso a Liliana.
A Liliana é um belo exemplo de empreendedorismo jovem, com um negócio em expansão. Podem encontrar a loja dela em Vila Nova de Famalicão, na Praça Dona Maria II - Galerias Centrais - nº 1268, loja 2.
Podem encontrar a página do facebook aqui.
Vamos então à entrevista !
O que te levou a quereres ter o teu negócio?
Bem, foram vários os motivos.
Quando terminei a minha licenciatura em ciências da
comunicação no verão de 2015 e até à abertura da minha chocolataria tinha
vários trabalhos temporários, nomeadamente como promotora comercial, trabalho
esse que fazia desde os meus 18 anos. Mas não conseguia um emprego fixo e
duradouro, nem na minha área ou fora dela. Então, esse foi o principal motivo
para que no fim de 2015 até ao ano de 2017 sentisse vontade de ter algo meu.
Onde pudesse mostrar as minhas capacidades e habilitações, já que me estavam a
cortar as asas!
Também estava farta de ter pouco ou nada a fazer, de não ter
uma rotina. Cansada e desanimada de algumas entrevistas que não deram em nada.
Eu não tenho problemas em dizer que houve entrevistas em que não fui a
selecionada. Houve entrevistas em que fui eu que recusei. E até tive dois
empregos, que por motivos que não interessam divulgar tive que os deixar. Não
tenho qualquer obstáculo em referir isso. Porque ao contrário do que pensam,
desistir ou falhar não é caraterístico de pessoas fracas. Fracas são as quem
nem sequer tentam. E para além de tudo isto, também estava consumida pelos
comentários de pessoas que me eram muito ou que nem me eram nada. Sim, porque muitos
supostos amigos entre outras pessoas só tornaram aquele período pior! Se
eu me sentia inútil e já estava em baixo
a sociedade no geral só prejudicou. Há muitas pressões sociais! São os estudos
que deves ter, a carta de condução que deves ter, o emprego que deves ter, o
namorados ou filhos que deves ter e por aí fora... Quando não cumprimos uma
destas pressões, somos bombardeados.
E quando digo que os comentários prejudicaram, refiro-me a
pessoas que te rebaixam. Fazem de ti uma preguiçosa e ignorante que não serve
para nada. E isso também levou a que eu tivesse mais vontade de criar um
projeto meu!
Em suma, o desemprego e as pressões que já referi foram os
motivos chave, embora sempre me encaixei bem em funções individuais, que impliquem vendas, comunicação
e gestão. E por isso achei que seria um desafio giro para mim.
Quais foram os maiores obstáculos que encontraste?
O principal foi não perceber nada das burocracias que
implicam ter uma empresa. Os meus Familiares (nomeadamente o Pai do meu namorado),
contabilistas, ACIF (Associação do comércio e indústria famalicense) foram uma
ajuda enorme para perceber tudo à cerca deste tema.
Depois foi encontrar um espaço físico para abrir a minha
chocolataria, que fosse central, pequeno e ainda económico.
E por último, como abri em outubro, que tem tudo para ser
uma boa data. Há um pequeno pormenor. Em setembro queria encomendar chocolates
e ainda iam começar a ser fabricados, devido ao Verão, ainda assim consegui
preencher a loja! (risos)
Que tipos de apoio existem para quem quer abrir o seu
próprio negócio?
Que eu tenha conhecimento, o MADE IN é um dos apoios
famalicenses.
Que conselhos tens para dar para quem quer ser
empreendedor?
Achas que o país está numa boa altura para apostar em
negócios próprios?
Acho que sim. Passámos uma fase conturbada a nível
económico. Mas acho que como disse passámos, se não foi totalmente acho que
estamos perto disso! Basta ver pela nossa cidade a quantidade de comércios que
abriram. Aliás, tenho ideia que são mais os que abrem, do que os que fecham.
Fala um pouco do teu negócio. (como surgiu, de onde
surgiu a ideia do nome, conceito, etc…)
Eu, como já referi anteriormente, tinha muita vontade de ter
algo meu. Quando pensava nisso obviamente que pensava em algo mais ligado à
minha formação académica ou que fosse mais de encontro aos meus gostos. Por
exemplo, uma loja de roupa ou decoração. Todavia, comecei a reparar neste tipo
de lojas que já existem em alguns centros comerciais das grandes cidades como
Braga, Porto ou Lisboa. Comecei a pensar que em Famalicão não tínhamos nada
igual e fiquei com a ideia na cabeça. Ainda assim sempre quis fazer algo
diferente de tudo, mesmo dessas tais lojas que já existem em alguns centros
comerciais. Fiz pesquisa sobre chocolate para me informar melhor sobre o
assunto. Acabei por chegar à conclusão que ao abrir seria uma chocolataria
internacional porque, apesar de haver algum bom chocolate português, eu queria
apostar na qualidade. E as marcas que acabei por escolher são de uma qualidade
superlativa em relação a tudo o que existe no mercado português. Optei por uma
das melhores marcas belgas, uma marca italiana que festejou 160 anos no ano
transato e ainda uma marca francesa muito prestigiada. Tudo chocolate artesanal
e que têm ingredientes mais saudáveis do que o normal. Isto porque sempre fui
uma pessoa muito atenta à temática da dietética e sou muito sensível às pessoas
que querem comer bem. Quer seja por opção, quer seja por alguma doença ou
intolerância alimentar. Até porque eu sou uma dessas pessoas que tem algumas
intolerâncias alimentares. E sei o que é sentir dificuldade em arranjar certos
produtos que possamos comer. Assim,
consegui abrir um negócio que não existia em Famalicão, com muita qualidade e
que tem produtos para todos os gostos, todas as idades e todas as pessoas em
geral. Mesmo quem tem as tais limitações alimentares. Peguei em tudo isto que
vi e que investiguei e elaborei um projeto ao meu gosto. Até a decoração de
toda a loja foi obra minha! (risos) Sempre tive muito gosto pela área da
decoração e adorei ter a oportunidade de
mostrar isso na prática através do meu próprio projeto.
Optei por ter um conceito em que todos os produtos são embalados por motivos de
logística, armazenamento e higiene. Já nome foi fácil. Surgiu de uma “brainstorm”
com o meu namorado. Chegamos a inúmeras opções. Optei por Chocolate na Praça,
porque é fácil de memorizar; porque permite as pessoas associarem indirectamente
a loja à sua localização e porque fica no ouvido.